Impactos produtivos e econômicos causados pela Covid-19 - Cadeia produtiva: Olericultura

Impactos produtivos e econômicos causados pela Covid-19 - Cadeia produtiva: Olericultura

O agronegócio contribui com quase 25% do PIB brasileiro. Só os grãos produzidos aqui alimentam cerca de 1,2 bilhão de pessoas em todo mundo, segundo a Embrapa. O setor garante 20% dos empregos gerados no País e realiza
40% das exportações. Apesar de ter um papel central na economia brasileira, o agronegócio enfrenta ameaças ontínuas. Se a alta do dólar pode baratear os produtos brasileiros no exterior, facilitando as exportações, o financiamento de insumos para a safra 20/21, especialmente na forma de Barter (pela qual é possível adquirir insumos com a produção futura) tende a encarecer em níveis alarmantes, sem contar que as taxas oferecidas estão maiores que a Selic, que historicamente sempre foi maior que as taxas dos financiamentos rurais. Além dos problemas inerentes ao setor, a pandemia provocada pelo Covid-19 promoveu o isolamento social que fechou as portas de restaurantes, food services e feiras livres. Muitos produtores, especialmente os pequenos, ficaram sem conseguir escoar seus produtos. Foram semanas de agonia para as cadeias de hortaliças, frutas, flores, pescados, leite e ovos, que possuem milhares de pequenos e médios produtores — e que representam 85% das propriedades brasileiras com menos de 100 hectares.

As medidas de restrição de circulação de pessoas, principalmente no início da pandemia, trouxeram grandes desafios à toda a cadeia produtiva de alimentos. Com a menor demanda, as perdas de produtos, especialmente dos mais perecíveis, se elevaram, prejudicando fortemente os agricultores ligados à produção de hortifruti. Os decretos estaduais referentes ao fechamento de setores não essencias influenciaram fortemente o mercado de hortaliças em diferentes regiões do país, uma vez que as restrições decorrentes desta crise afetaram tanto a distribuição quanto a comercialização dos produtos. A menor circulação das pessoas nas ruas também influenciou negativamente a venda e, consequentemente, o consumo das hortaliças neste período. Mesmo assim, para atender à demanda das pessoas em casa, observa-se um aumento interessante de vendas de hortaliças nas redes de supermercados. Nesses locais, produtos de melhor qualidade, com melhor classificação e sem defeitos aparentes, são exigidos rotineiramente e, assim, aqueles produtores que fornecem hortaliças de qualidade inferior (sem classificação, com defeitos etc.), não conseguiram comercializar seus produtos por esta via. Tais produtores certamente foram os mais prejudicados, uma vez que geralmente forneciam para outros clientes, como restaurantes, feiras etc., e encontraram dificuldades nas entregas já que esses locais foram fechados.


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